Conheça o Projeto de Pesquisa do IFC Araquari: “Controle não esteroidal do ciclo reprodutivo de fêmeas suínas”.
Ele é executado pela equipe composta por estudantes e docentes do NEPPA (Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Produção Animal) e do PPGCSA (Programa de Pós-Graduação em Produção e Sanidade Animal): Rebeca Maria Sarmento, Arthur Martelli, Suelen Vargas, Fabiana Moreira, Vanessa Peripolli, Ivan Bianchi.
Contextualização do problema
Alguns sistemas de produção de suínos no Brasil estão migrando do tradicional sistema de desmame semanal para bandas de 14, 21 ou 28 dias. Esse sistema tem impacto na melhoria do padrão sanitário dos animais.
Para o manejo funcionar de forma adequada há necessidade das fêmeas manifestarem estro no período específico para inseminação artificial, o que muitas vezes só é possível através do uso de fármacos que controlam a ciclicidade.
O progestágeno altrenogest, um esteróide sintético, é o único fármaco comercial disponível para essa finalidade. No entanto, a necessidade do uso diário por via oral, durante 14 dias normalmente, aumenta a necessidade de manejo, além da dificuldade em assegurar o consumo da dose recomendada.
Além disso, os resíduos de esteroides eliminados no meio ambiente podem representar possíveis embargos por mercados importadores ao uso dessa molécula.
Objetivo
O objetivo deste projeto é avaliar o uso das gonadotrofinas coriônicas equina (eCG) e humana (hCG) no controle do ciclo reprodutivo de fêmeas suínas.
Resultados esperados
Os experimentos envolvem diferentes alternativas, utilizando hCG isoladamente ou em combinação com eCG, a fim de promover a formação de corpos lúteos e a secreção de progesterona endógena.
O uso de gonadotrofinas exógenas pode representar uma alternativa farmacológica para o controle dos ciclos reprodutivos de fêmeas suínas em substituição ao uso do altrenogest e com isso representar:
- alternativa ao uso de esteroides no controle da ciclicidade da fêmea suína, contornando eventuais restrições de mercados internacionais;
- forma mais simples de administrar a dose recomendada: apenas uma ou duas aplicações intramusculares, enquanto o altrenogest requer sete a dezoito administrações orais para obter o mesmo resultado;
- investimento igual ou até mesmo menor que o único tratamento comercialmente disponível em suínos;
- ausência de risco para a saúde dos profissionais em comparação ao uso de esteroides;
- ausência de contaminação ambiental, considerando que os produtos são glicoproteínas de origem equina ou humana, ou seja, que estão naturalmente presentes na natureza.
O Projeto possui o apoio do Edital 23/2023 – Interno IFC Araquari, Seara Alimentos, Pamplona Alimentos, Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Informações e imagens: Ivan Bianchi