Em agenda institucional, o Ministério da Educação (MEC), representado pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), realizou visita técnica, entre 4 e 14 de maio, para auxiliar na implantação de um Instituto Federal na região de Nampula, em Moçambique.
O projeto binacional ‘Caminhos do Algodão: Centro de Inovação do Algodão de Moçambique (CIAM)’ está sendo viabilizado por meio do Programa de Cooperação Técnica entre os países e visa estimular o intercâmbio do modelo das escolas-fazenda da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, a fim de introduzir metodologias do ensino agrícola para atender às necessidades do país africano.
A iniciativa é uma ação do Programa das Nações Unidas e visa reorganizar a cadeia produtiva do algodão, aumentar a renda da população rural e qualificar a mão de obra, além de qualificar os gestores e produtores.
A equipe técnica contou com a participação do diretor de Desenvolvimento da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica da Setec, Marcelo Bregagnoli, além de representantes da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), da Universidade Federal de Lavras (Ufla), do Instituto Federal do Sul de Minas Gerais (IFSuldeMinas) e do Instituto Federal Catarinense (IFC).
Os especialistas brasileiros estão compartilhando apoio técnico na implantação da nova unidade, pelo governo moçambicano, para auxiliar na área de produção de sementes de algodão e no fortalecimento da governança e da governabilidade. “A troca de experiência tem sido realizada baseada na expertise utilizada na instalação dos Institutos Federais. Estamos auxiliando para que a unidade moçambicana tenha laboratórios, estrutura para técnicas do manejo e de cultura, façam o controle de pragas e a produção têxtil do algodão”, ressaltou Bregagnoli.
O modelo dos institutos federais, que é unificado em três pilares principais: ensino, pesquisa e extensão; agrega ao Instituto da região de Nampula capacidades técnicas que subsidiarão as estratégias e as políticas de desenvolvimento do setor algodoeiro no país.
O papel do IFC
Os Institutos Federais, IFC e IFSuldeMinas, farão parte do Projeto de instalação do Centro. O projeto arquitetônico ficará sob responsabilidade do IFC e o projeto de engenharia ficará sob responsabilidade do IFSuldeMinas.
O professor do IFC Campus Araquari, Francisco José Montório Sobral, é o coordenador dos trabalhos nesta parceria binacional e será o responsável pelo Projeto Pedagógico dos 17 cursos futuramente ofertados pelo Centro, em Moçambique; o docente também acompanhará as obras em todas suas fases.
Inicialmente, serão ofertados treinamentos aos futuros formadores Moçambicanos. Nesses cursos, os professores da UFLA e dos Institutos Federais serão responsáveis pela primeira turma de formadores. Esta é uma ação inédita, pois articula a formação profissional (na qual os Institutos são referência) com a produção de pesquisa científica (na qual a UFLA é referência).
“Para o IFC, essa experiência internacional ampliará inúmeras possibilidades de atuação na África. Considero uma ação muito significativa para o nosso IFC, pois temos uma importante experiência de inclusão que trará inúmeros benefícios para projetos na área de Formação Agrícola em Moçambique”, reforça o professor Sobral.
Nesta semana, a discussão de particularidades do Projeto foi apresentada aos representantes do governo Moçambicano, com a participação do arquiteto Marcelo Bradacz Lopes, servidor da Reitoria do IFC, presente nas conversas e planejamentos a fim de garantir êxito nas obras de implantação do Centro.
Moçambique é um país de economia agrícola baseada na agricultura familiar ainda carente de conhecimento agrícola mais aprofundado. Para a realização do projeto há o aporte de recursos garantidos pelo PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e total apoio da Embaixada do Brasil em Moçambique.
Texto: Assessoria de Comunicação do MEC, com informações da Setec
Com adições de Cecom/Araquari – Raquel Rybandt