Terminou na última sexta-feira, 10 de outubro, o Painel de Integração 2025, evento que movimentou o IFC Campus Araquari nos dias 9 e 10 de outubro. Durante os dois dias, 110 trabalhos foram apresentados por estudantes dos cursos técnicos, tirando o bloco E da monotonia do dia a dia e transformando-o em um centro de compartilhamento de conhecimento e criatividade entre os discentes.
Criado em 2014, o Painel de Integração surgiu com o objetivo de aproximar diferentes áreas do conhecimento e incentivar o trabalho coletivo e o protagonismo estudantil. Hoje, mais de uma década depois, o evento continua cumprindo esse papel, reunindo alunos, professores e visitantes em torno da produção científica e das experiências de ensino e extensão.
Um dos trabalhos que mais chamou atenção foi o que discutia o uso medicinal da cannabis. “O nosso objetivo é tentar tirar um pouco do preconceito que a gente tem sobre a planta e criar um novo conhecimento sobre isso”, explicaram os estudantes. “A gente quer desidentificar o uso que as pessoas acabam focando apenas no recreativo e mostrar também o potencial medicinal.”
Segundo o grupo, o principal foco é reduzir a desinformação e o preconceito, ajudando a construir uma nova visão sobre o tema.
Grupo “Cannabis medicinal: ciência, usos e impactos sociais”
Stand do grupo “Cannabis medicinal: ciência, usos e impactos sociais”
Outro destaque foi o trabalho sobre crueldade humana e exploração animal na indústria alimentícia, que buscou conscientizar o público sobre os processos por trás da produção de alimentos. “A gente quer mostrar um pouco para as pessoas do que acontece até a comida chegar no nosso prato. Às vezes, a gente acha uma embalagem bonita, mas esquece o que acontece antes de chegar ali”, explicaram as autoras.
Grupo “A crueldade humana é a exploração animal no ramo industrial”
Stand do grupo “A crueldade humana é a exploração animal no ramo industrial”
A parte de alimentação e saúde também marcou presença. Um grupo apresentou um projeto sobre intolerância à lactose, com direito a degustação de alimentos adaptados. “O objetivo é mostrar que as pessoas com intolerância à lactose não precisam ter uma alimentação diferente. Trouxemos iogurtes, bolos e brigadeiros sem lactose para mostrar que é possível comer bem e com sabor”, explicaram.
Além disso, as alunas destacaram a importância de conhecer o funcionamento da lactase no corpo humano e de ampliar o acesso à informação sobre o tema.
Grupo “Lactose: Intolerância, Processos Tecnológicos e Alternativas”
Stand do grupo “Lactose: Intolerância, Processos Tecnológicos e Alternativas”
Outro trabalho que atraiu olhares foi o de doce de leite artesanal, produzido inteiramente no Campus. “Foi um processo todo feito aqui no campus, desde o leite das vacas até a produção na agroindústria”, relataram os estudantes, que montaram um stand com temática de fazendinha para ambientar a degustação.
Grupo “Entre o Campo e a Mesa: O doce de leite”
Stand do grupo “Entre o Campo e a Mesa: O doce de leite”
Já o grupo que pesquisou a produção artesanal de cachaça e melado à base de cana-de-açúcar foi ao campo para estudar o tema: “A gente visitou produtores, trouxe caldo de cana, bagaço, açúcar, cachaça e melado para a exposição e para a galera experimentar aqui no painel”, contou Ana Júlia, integrante do grupo. A exposição ainda contou com um stand temático e degustação.
Grupo “Cana-de-açúcar: fonte de alimento, energia e sustentabilidade”
Stand do grupo “Cana-de-açúcar: fonte de alimento, energia e sustentabilidade”
O destaque do evento foi o projeto do grupo “TremboBoys”, do curso de Informática para Internet, que desenvolveu um jogo educativo sobre artefatos arqueológicos. O projeto foi selecionado para representar o IFC Araquari na 5ª Semana Nacional de Educação Profissional e Tecnológica, realizada em Brasília, dentro do estádio Mané Garrincha, em conjunto com o Festival Curicaca, evento que contou com a presença do vice-presidente da República, do ministro da Educação e de representantes de outras instituições federais. O jogo “Resgate Arqueológico”, criado ao longo de um ano de pesquisa, apresenta uma abordagem interativa de ensino, com base em documentos históricos e acervos de museus, e pode ser utilizado como instrumento avaliativo em sala de aula. Desenvolvido com recursos gráficos e banco de dados próprios, o jogo ainda possui sistema de login e pontuação dinâmica, permitindo ao professor acompanhar o desempenho dos alunos em tempo real.
Grupo “Resgate Arqueológico”
Stand do grupo “Resgate Arqueologico”
Os trabalhos apresentados ao longo dos dois dias, além de muito bem elaborados, refletem a diversidade de temas explorados pelos alunos, abraçando diferentes áreas do conhecimento e demonstrando a variedade de abordagens presentes no Painel de Integração.
O público discente compareceu em peso para prestigiar os trabalhos de seus colegas. Em vários momentos, a movimentação dentro das salas foi tanta que o espaço entre as bancadas foi pouco para comportar o número de visitantes. Além dos alunos, o evento também recebeu visitantes de outras instituições, que participaram das atividades e percorreram o campus com o auxílio da equipe da divisão temática “Novos Rumos – Territórios”.
A qualidade dos trabalhos também foi ressaltada pelos docentes do campus. O Professor Raffael Tófoli, de Biologia, comentou:
“O evento tá muito legal, tá incrível. O painel tem a participação de vários estudantes de vários níveis de ensino e é um momento que a gente vê o esforço de vocês. Os grupos estão explicando muito bem, com domínio de conteúdo, e a gente fica muito feliz de ver vocês aplicando a ciência de fato, fazendo divulgação científica e felizes com os trabalhos que realizaram. Me sinto muito orgulhoso tanto dos que orientei quanto dos que vi de outros estudantes.”
Mas nem só de trabalhos vive o Painel de Integração. No dia 9, o campus também recebeu uma feira de arte indígena, com a presença de representantes do povo Guarani Mbyá, que compartilharam expressões culturais e artísticas com os visitantes.
Foto feira de arte indigena
O Painel de Integração 2025 reafirma a importância de valorizar a criatividade, a pesquisa e a inovação dos estudantes, mostrando que o aprendizado vai muito além da sala de aula. Com trabalhos que exploram diferentes áreas do conhecimento e alcançam reconhecimento até em âmbito nacional, o evento evidencia o protagonismo estudantil e o compromisso do IFC Araquari em preparar os alunos para enfrentar desafios profissionais e acadêmicos com competência necessária.
Galeria de imagens (clique para ampliar):
Projeto Painel de Integração – Novos Rumos – Comunicação. Grupo ADCE
Integrantes: Ana, Emili, Isabelli, Júlia, Luiz e Rafaela